Clave de sol, sustenido ou bemol

Recomendo ler o post ouvindo a música! 🙂

Parece ter som de charrete ou bicicleta… Um transporte gratuito que me leva às vezes onde não quero ir ou me faz voltar àquele lugar que nunca quis me despedir.  Um apego até. A tradução mais perfeita dos meus momentos e silêncios.
Estremeço. O pulso vibra com as cordas. O sangue pulsa enlevado, emocionando o corpo.
Sim. Sinto novamente a radiola da vovó tocando suave às 6:30h e um perfume de sons inundando a casa. Eu fecho os olhos pra poder me segurar mais fortemente e não largar a lembrança. Melodias que se imprimiram como marca d’água. Da infância ao despertar adolescente com seus dramas e amores platônicos pra juventude com seus protestos ritmados!
Hoje eu me calo. Por que o encanto é mudo. E é um ultraje quebrá-lo com rumores vãos.
Percebi-me caderno de partituras ou orquestra completa. Tocaram para mim ou por mim. Estou em curso. Vida maestra que  tem  ensinado a compor-me. Executar a sinfonia, com as notas a combinar para acertar o tom. Clave de sol, sustenido ou bemol, com seus agudos e graves. Desafinando. Ensaiando para não perder o compasso em meio aos contra-tempos.
E por fim hão de sentir-me liricamente música.

Toda alma é uma música que se toca.

Rubem Alves

 

Lice

 

Can’t take my eyes off of you

John W. Waterhouse - pintor romântico

Como sabemos a diferença de um amor e uma paixão?

Estava conversando com a Lice sobre isso esses dias… e fiz essa pergunta.

Ela disse algo como (minha memória nao me deixa lembrar das palavras dela, que sem duvida seriam bem melhores): “Amor é mais calmo, tenro, tranquilo… a paixão é loucura…” mas, a Lice disse também que não existe amor sem paixão!

Eu penso: como saber? Aí refleti no que sentimos quando amamos e logo lembrei de uma música, que sempre vem a cabeça quando penso em um certo alguém…

A música é um ícone romântico pop, talvez uma das músicas mais reprduzidas do mundo e  fala bem do assunto da minha questão!

Can’t take my eyes off of you… Não consigo tirar meus olhos de você!

Porque, fazendo uma versão livre da música, a pessoa que amo é incomparável com o resto do mundo, é boa demais pra ser verdade, é como o céu para tocar e não dá pra parar de olhar (é mesmo muito dificil…)

Dá vontade de abraçar eternamente, fico sem palavras pra explicar, e de pernas bambas…

Escutem…




Quando amamos queremos a pessoa perto, e, mesmo distante, não nos sentimos mais sozinhos. Saber que temos alguem nos aquece, nos acalma e faz o coração bater mais forte…

Se existe diferença entre amor e paixão, continuo sem saber… mas, o sentimento de ter alguem que muda e completa nossa vida é essencial na vida de qualquer ser humano, isso é certo!


Luiza

Te quero pra sempre

Estes dias recebi um vídeo de uma música que fez o meu coração bater mais rápido e as lágrimas escapulirem dos meus olhos.

Por algumas vezes é difícil suportar uma distância tão grande. Por tantas outras é até estranho essa distância parecer tão pequena e eu senti-lo tão perto, tão dentro de mim.

Rebeca Nóbrega

 

Mosaico

3100281451_1ff23c9906Das tentativas de ser feliz.

Da procura do rumo da própria vida. Do desengano das mentiras. Da decepção inevitável. Da ilusão de suportar a dor. Da pequenez que frustra. Dos sentimentos de porcelana. Da tristeza disfarçada. Da busca de utilidade. Do cansaço de parecer forte. Das correntes aceitas. Da chaga aberta. Da súplica que grita. Da espera amarga. Da fuga por atalhos. Das máscaras usadas. Do olhar perdido. Da expectativa que fere. Da longínqua paz.

         Do abandono absoluto.

Do renascimento.

Da condenação revogada. Da essência descoberta. Da esperança desperta. Do encontro com o Amor. Do pecado perdoado. Do constante recomeço. Do medo expulso. Das distâncias extintas. Da solidão acompanhada.  Da chuva que cessa. Da paz de que retorna. Do impulso pra saltar. Do vôo a aperfeiçoar. Do desconhecido acolhido. Do sorriso inesperado. Do abraço oferecido. Da criança assumida. Da amizade que salva. Da luta forjada. Da certeza adquirida.

Do retorno ao Caminho.

Do desejo da Verdade.

 Da decisão pela Vida!

 

Lice

O barroco de Vermeer

Hoje vou falar um pouquinho do holandês Johannes Vermeer, que por muitos anos foi meu pintor preferido.

Vermeer nasceu, viveu e morreu em Delft, na Holanda, no séc XVII. É o segundo pintor mais importante do país, depois Rembrandt.

Seu trabalho foi possivel pela existência de mecenas locais, que contratavam Vermeer para trabalhos pessoais, mas mesmo assim, o pintor morreu pobre, com dívidas.


Suas pinturas tem uma tonalidade única, cores transparentes, uso de luz e sombra característicos do período barroco, e composições que são características a Vermeer.

A pintura “Moça com brinco de pérolas” foi tema de um livro, escrito por Tracy Chevalier,  que romanceia a pintura e a vida do pintor.


Logo, em 2003, Peter Webber dirige um filme baseado nesse mesmo livro. Filme em que a Moça com brinco de pérolas é interpretada primorosamente pela atriz Scarlett Johansson e o pintor Jan Vermeer por Colin Firth.


Espero que gostem…

Luiza

Deixou em mim

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Não sei quem ele era… não sei o que se passa em sua vida. O que sei é que seu “Bom Dia” mudou algo em mim… mudou mais do que pensei. Expressão que foi além da palavra e me fez ver que o dia que começava poderia ser realmente BOM, pelo menos no que dependesse dos meus esforços. Ele já tinha feito a sua parte. Lançou a semente e seguiu seu caminho.

Ressoou em minha alma, fixou raízes no meu coração. Não perguntou meu nome, nem procurou saber se eu era merecedora do seu gesto, não importava. Deixou em mim o seu melhor, e me fez melhor a partir daquele instante.

Não foi um “bom dia” qualquer, daqueles que a gente recebe quase que por obrigação. Este não. Este tinha significado, sabor, e vinha acompanhado de um sorriso luminoso, desses que brotam dos corações que estão em paz.

Desconcertante este poder do bem. Por menor que possa parecer, é capaz  de tomar proporções que nem podemos imaginar. Deve ser por isso que Jesus dizia que o Reino é como uma semente que cresce silenciosa, sem alarde e no momento certo cumpre o seu papel.

E eu que, naquela manhã igual às outras, estava a caminho do lugar que me traz conhecimento, aprendi daquele homem que cobrava a minha passagem, coisas que só a sabedoria dos simples pode ensinar.

Renata

A “Rê” é como essa semente em minha vida tantas vezes..silenciosa, mas que vai enraizando  o BEM,  de  uma forma profunda, duradoura. Ela foi convidada a se  juntar a nós no Giz colorido. Acreditamos que suas palavras e seu coração possuem tons de esperança e vida. Agradeço a Lu e a Beca!

Cores à vc, Rê!

Gottfried Helnwein

Hoje vim aqui exclusivamente para falar sobre um artista que estou estudando muito ultimamente:  o austríaco Gottfried Helnwein, tema do meu mestrado.
“O cara pinta demais…”, diriam., e pinta mesmo, o trabalho dele é na linha de hiperrealismo (ser mais real do que o próprio real), e utiliza temas que nem sempre são vistas com bons olhos. Sua obra as vezes choca, as vezes petrifica, as vezes ele é chamado de louco, porém ninguém pode dizer que ele é medíocre no que faz.

Sua vida pessoal infuencia muito em seu trabalho. Helnwein viveu sua infância numa Viena pós Segunda Guerra, ele descreve a atmosfera do lugar como fria, quieta, tensa, escura… e ainda, teve uma infância negligenciada e obscura. Logo, suas obras transmitem esses sentimentos, com temas de guerra e infância, sempre com cores escuras e pálidas, contrastando com o brilhante do vermelho..

Em uma entrevista (não pra mim, infelizmente), o artista conta que valoriza a infância como o futuro da humanidade, e diz que suas obras chocam para proteger a inocência da criança.


The Murmur of the Innocents 1 , 2009 – Gottfried Helnwein

técnica: óleo e acrílico sobre tela – 198 cm x 290 cm


Em várias séries Helnwein utilizou fotos reais, tiradas por cientistas forenses. Imagina a frieza que ele  precisa escolher fotos de crianças realmente machucadas e pintar, ainda mais que ele tem filhos… Enfim… tudo pela arte!

Eu, pessoalmente, amo o trabalho dele. Gosto muito do jeito forte e dramático, das suas composições, e de sua técnica incrível. Já mostrei seu trabalho para muitas pessoas, e espero mostrar para mais outras tantas.

Pra conhecer mais: www.helnwein.com

Luiza

Um desconcerto chamado: Blog

Não é confortável para mim escrever em um blog. Sou gente que aprecia bem mais luzes poucas do que holofotes. Gosto do sussurro ao pé do ouvido. Da única palavra com múltiplos significados.  Mas ler e comentar eu gosto! Eu puxo a minha cadeira e leio linhas, leio vidas.

Leio minha vida, escrita por outros.

Leio amigos e desconhecidos tão próximos de mim pela identificação da verdade revelada.

(…)

Já o Giz colorido não penso que sirva para se ler coisa alguma. Acho que só serve pra pintar! E não só de uma cor, mas de várias.  Vamos às definições?

Colorido: matizado, sarapintado, variegado, pintado, cromatizado, tingido, EFEITO DA COMBINAÇÃO DAS CORES.

Cores vibrantes da Arte da Luiza

Cores cintilantes do romantismo e das músicas da Beca

Cores sem-nome da Alice

Colorido!

E com a propriedade da palavra, eu posso dizer que nós três derivamos de outras tantas cores que passaram por nós e deixaram suas nuances, seus tons.

Se não fosse assim, seríamos sem dúvida alguma, opacas: giz sem cor.

Rebeca Nóbrega  e  Alice Martins

Tô com saudade de tu, meu desejo…

Vejo pessoas passando
O relógio não para
Sinto uma falta
Machuca meu coração
Uma saudade
Que parece não ter fim
Que já não cabe em mim
É como se eu chorasse, gritasse, desesperasse
E até sangrasse dentro de mim
Um minuto
Um disfarce
Um sorriso
Você
Mesmo longe
Perto
Está em mim!

Rebeca Nóbrega



Colorir

colorir[1]Eu vou..

Pintando o meu chão.. desejando colorir o cinza da vida, o cinza da dor..

E as cores que escolhi pra essa primavera são de preferência as mais chamativas..

rosa choque, verde limão

Risco o chão…

risco com vontade de fazer  do giz colorido e do chão uma coisa só..

Deve ser que me apeguei à felicidade e esse é um jeito de não me desgrudar mais dela.

Sei lá!

Colorir… Eu quero me colorir!