arte reiventada…

Um autor famoso, que escreve algo tão vivo e energizante, mesmo não estando mais no mundo dos vivos, não deixa de viver. O escrito supera a barreira da morte, o que se escreve numa existência está sempre vivendo e revivendo em todos os olhos que o lê.

 

A cada leitura, a poesia e a retórica é reiventada e o olhar modifica a obra, tornando-a sempre eterna e presente. A vida pode ser um momento breve e insignificante, somos uma formiguinha no Universo em expansão, porém, se deixamos algo para as próximas gerações, de certa forma continuamos vivos.

 

Durante séculos pessoas de várias idades e de vários lugares passaram pelo Louvre, em Paris. E nesses séculos todos,  Leonardo da Vinci não envelheceu nem uma ruga. Pelo contrário, Leonardo cada vez mais é tido por gênio e inovador, através das descobertas sobre seus estudos.

 

A arte se torna assim atemporal, não há período melhor, não há superação, e sim idéias novas e diferentes. Um poeta não envelhece, nem sua obra, ele deixa legados para que surjam novos pensamentos. E um pensamento nunca surge do nada, né? Sempre há pesquisa e inspiração.

 

O que veio antes é “velho” em idade, não em pensamento. Quando Shakespeare escreveu Romeu e Julieta, ele era jovem, com uma mentalidade romântica, e isso não pode mudar. O Shakespeare, autor de Romeu e Julieta é um

 

homem de mentalidade jovem e sempre será.

A arte passada não é ultrapassada, apenas somos seres finitos, e nossa época fatalmente irá passar, para outra surgir, mas não ficaremos velhos, se deixarmos nosso pensamento para a posteridade.

 

A arte não vai morrer com os artistas, a literatura muito menos com os poetas, cabe a nós as fazer reviver a cada dia, por novos olhares.

Crie, recrie e viva a Arte!

Lu

Existe?

Eu quando sumo, ou penso demais ou não tenho tempo nem de me coçar. Mas nesse intervalo de escondimento produtivo aconteceram as duas coisas. Restou-me insônia, mal-humor e muita, muita dor de cabeça.

E lá estava eu no decorrer das horas, dos dias.. pensando sobre a felicidade. Será que você como eu já esqueceu do significado real dessa palavrinha utópica e profundamente incômoda que aturde alguns, senão a maioria dos dias dos pobres seres humanos? Eu me lembro de uma amiga certa vez me dizer: Eu não acredito em felicidade. Acredito em momentos felizes, prazerosos, inesquecíveis. Mas, felicidade? Ah.. essa não. E eu profundamente insatisfeita e quase revoltada tentava incutir na cabeça dela que felicidade existe sim. E que é real e que é possível.

Bem, o mundo muda, as mentes mudam e os corações.. mais ainda. Vasos de cristal quebram tão fácil quanto as nossas fantasias. Mas isso não quer dizer também que com seus cacos um lindo mosaico não possa vir a ser detalhadamente construído.

Longe de mim ser uma portadora melancólica de frustrações. Nem combina. Queria só dizer que redefini. Que aceitei. E que resolvi.

Redefini minha concepção de felicidade que não precisa de uma vida inteira para acontecer, mas somente do momento de agora. Redefini que quanto mais sou feliz, mais fico inventando desculpas pra tentar ser um pouco mais feliz ainda. E que isso é ingratidão. Ingratidão com tudo que a Força vital   que nos mantém vivos nos doa gratuitamente e nem sequer observamos, pelo egocentrismo doente que fomos desenvolvendo e alimentando como um câncer que vai nos matando silenciosamente.

Aceitei que sofrer é bom. Me faz descer dos picos da auto suficiência e me torna gente de carne e osso. E com isso me ajuda a encarar minhas verdades, traumas, medos e limites. Aceitei que não quero ideologia (segundo a concepção marxista, para os estudiosos não me matarem) para viver, como disse Cazuza. Por que motivos é o que não me faltam. Preciso agora é correr atrás da coragem.

Resolvi então. Resolvi que risco/apago um conceito deformado e reescrevo a minha história com alegria ruidosa, paixão viva e arrebatamento. Resolvi enxergar que meu mosaico está quase pronto, mesmo que existam algumas peças meio velhas ou foscas, mas logo logo colocarei bem ao lado novas pecinhas coloridas e bem brilhantes.

Resolvi, aceitei e finalmente enxerguei que já sou feliz. Já era há muito tempo.

Mas, felicidade? Ah… Essa eu não sei se existe.

 

Lice